domingo, 22 de janeiro de 2012

Plantar uma árvore, ver um livro e ter um filho.


Certa vez, quando criança, meu pai me contou “um ditadinho” que nunca me esqueci. Diz a sabedoria popular que só temos uma vida completa quando plantamos uma árvore, escrevemos um livro e temos um filho. 

Talvez meu pai nem se lembre de ter comentado isso comigo, mas por muito tempo minha cabecinha infantil questionou a veracidade dessas palavras. Fui crescendo e este pensamento sempre fez parte de minha vida. 

De lá pra cá, plantei árvores, tive um filho (o que realmente me trouxe uma inenarrável felicidade) e esbocei um livro de pensamentos que nunca saiu da terceira pagina. Mas, ainda assim, faltava algo. 

Depois de alguma idade e certa maturidade, compreendi que há um leque gigante de possibilidades subentendidas nessas três ações. 

Percebi que aquele dito popular que meu pai me contou quando criança vai muito mais além do que nossos olhos podem enxergar num primeiro momento. 

Plantar uma árvore, não é só regar o feijãozinho no algodão. É preciso ter um solo fértil, uma boa semente. Exige cuidados diários para evitar a praga, para fazê-la crescer e dar frutos. De preferência bons frutos. 

Escrever um livro não é só preencher com belas (ou nem tão belas) palavras folhas e mais folhas em branco. Tem que haver contexto, fazer sentido, transmitir uma mensagem que possa no mínimo acrescentar algo a quem lê.

Ter um filho.., Ah! Ter um filho... A maior de todas as bênçãos. Muito longe de apenas procriar. Ter um filho é tornar-se cuidador e formador de mentes e comportamentos, é ser exemplo, é colocar-se em segundo plano. Para estes, não apenas cuidados, mas: Amor.

Plantamos sementes na vida uns dos outros, colhemos os frutos de nossas relações, de nossas atitudes. Temos o poder de mudar a história de alguém com pequenos gestos, como quem escreve num livro. Temos o poder de mudar a nossa própria história. Geramos sonhos, geramos projetos, geramos vida quando trazemos a luz o que antes era apenas embrião.

Hoje entendo toda a complexidade por trás de atos como plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. O que nos torna completos e realizados na vida são nossas obras.

Sim, eu quero uma vida completa, e o que percebo é que ainda tenho muitas árvores para plantar, muitos livros a escrever e muitos filhos a gerar... Esse é o meu desejo.

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