Há 17 anos..
Nossa! Me dei conta de como o tempo voa e mexida com as emoções desse momento tão especial, esses dias tenho me remetido ao dia do meu parto. Um dos dias mais importantes da minha vida. Historinha que sempre amei contar e que já devo ter repetido um milhão de vezes para um monte de gente!
Bom, o fato é que eu nunca registrei essa minha primeira aventura com minha Mari. Então, direto do túnel do tempo, vou fazer o relato do meu parto!
Eu tinha apenas 17 anos e mesmo com a pouca idade e sem influências externas, nunca havia me passado pela cabeça fazer uma cesárea. Acredito que esse meu instinto “parideira” nasceu comigo.
Naquele tempo, as informações não ganhavam a mesma proporção de hoje. Eu queria o parto normal, mas não foi possível, pois Mariana veio com 8 meses devido ao problema que tive.
Foi quando, com 29 semanas e alguns dias senti minha barriga endurecendo durante a tarde enquanto eu passava as roupinhas da minha pequena. Sentia fortes dores. E várias câimbras. Que me assustou bastante. Isso se repetiu algumas vezes e depois parou.
Já a noite, por volta de 20:00, antes de entrar para o banho, fui fazer xixi e mesmo depois que acabei senti um gotejamento estranho. Esperei alguns minutinhos e não parava. Logo em seguida uma fincadinha no pé do ventre como aquelas que a gente tem quando está com cistite. Fincadinha que foi se transformando numa dor mais chata e forte e expandiu para a lombar em questão de minutos.
Saí do banheiro aos berros. Primeiro tentei deitar, mas a dor aumentava e era insuportável ficar naquela posição. Minha mãe começou a andar comigo pelo corredor, quando as dores vinham, eu me agachava e elas aliviavam. Mais aí minha pressão subiu de uma forma incomum, nossa! que susto foi esse.
Meu esposo ligou para meu médico que pediu para contar o intervalo das minhas dores. E Já era a hora!! A orientação era ir rapidinho para o hospital! Não via nada, tudo estava escuro..
Coisa que não foi tão simples... Quando chegamos lá um outro médio disse que o parto deveria ser feito naquele instante por motivo da minha pressão ter subido tanto, e lá fomos nós, eu e minha boneca na nossa aventura..
Naquele 11 de janeiro de 1995, exatamente naquela hora, estava tendo um jogo da seleção Brasileira de futebol lá em Uberlândia e todos os homens da cidade estavam lá no Parque do Sabiá, inclusive o meu médico. Meu pai e meu esposo estavam em casa, mas eles não tinha carro na época e a solução foi chamar um táxi.
Coisa de novela ou não, a cena era um motorista velhinho, dirigindo a 20km/h, com o banco do carro pregado no volante e eu me contorcendo ao seu lado pedindo (berrando) para ele andar logo.
O apavoramento foi tanto que não levei nada para a maternidade! Naquela hora eu já tinha um pouco de sangramento e um monte de coisas me passava pela cabeça. Eu não sabia que este intenso sangramento era normal, meu médico disse que sim, porque era o resultado da pré - eclâmpsia..
Me levaram para a sala de parto. Me deitaram e me encaixaram naquela perneira. A posição era totalmente desconfortável e as dores cada vez mais intensas e em intervalos menores. O médico atrasou um pouquinho.. disse que o trânsito estava um verdadeiro tumulto.
Eu queria a minha mãe! Não a deixaram entrar. Estava assustada. Eu gritava muito! Hoje penso que gritar foi minha válvula de escape e naquele momento me fez bem.
Tudo aconteceu muito rápido. Quando dei por mim, Mariana já estava chegando. Minha pequena queria vir ao mundo e lutava bravamente comigo naquele momento. Joguei o corpo para trás e a enfermeira me orientou a jogá-lo pra frente para empurrar. Deu certo! Em apenas duas forças saiu a cabecinha e em questão de segundos o corpinho escorregou. E assim nascemos, às 21:30, ela par a vida e eu como mãe.
Jamais conseguirei descrever o que senti naquele momento. A dor parou imediatamente. Que loucura! A sensação de um filho saindo de dentro de você é a coisa mais maravilhosa do mundo, apesar dessa complicação..
Olhei para as mãos do médico e lá estava meu pequena. Tão pequena que cabia na palma da mão, mas graças a Deus tão perfeitinha. Encolhidinha. Um amor que até então eu desconhecia inundou meu coração. A dor que senti ficou infinitamente pequena naquele momento. Eu estava em êxtase! Mágico!
Me mostraram minha bebê rapidamente e já a levaram para os procedimentos pós nascimento, e Mariana tinha que ficar na encubadora 72 horas.. Esperei tanto este momento que qualquer minuto longe da minha filha era uma eternidade. Mas naquela ocasião foi necessário. Levavam Mariana até mim, só pra se amamentar e rapidamente a levavam novamente pra encubadora, e eu, comecei a chorar!!!!
A felicidade que eu sentia era tanta que eu apenas conseguia sorrir. Fui invadida por uma adrenalina louca e uma carga de euforia indescritíveis. Me sentia tão disposta que correria a São Silvestre.
Não poderia ter sido diferente! Mesmo menina, assustada e despreparada, apesar disso tudo no nascimento da Mari.. foi como Deus quis!
Me lembro de sair da sala de parto para ir para o quarto. Todo mundo ali, sorrindo e meu esposo com rosas nas mãos me parabenizando por aquele momento. Foram as rosas que mais gostei de ganhar em toda a minha vida!
... É, foi neste dia, há 17 anos, que conheci pela primeira vez o verdadeiro amor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário